sábado, 21 de abril de 2012

Comunicado

Boa noite.
Pessoal, sei que desde a inauguração deste "blog" não tenho sido nem um exemplo de assiduidade. Acontece que, como a maioria dos mortais, tenho que trabalhar para dar conta de minha vida. E vocês já sabem, vida de professor é uma complicação sem tamanho. Para manter este espaço como um lugar ativo, acho que a melhor maneira de fazê-lo é adequando o conteúdo do "blog" à minha prática docente. Ao longo dos próximos dias pretendo dar continuidade ao assunto sobre mitologia e, evidentemente, tratar de assuntos referentes àquilo que trabalho em sala de aula.
Desde já, agradeço a compreensão dos que de vez em quando passam por aqui e, infelizmente não tem achado nada. Aguardem novidades para as próximas semanas.

sábado, 21 de agosto de 2010

A aurora dos mitos (1ª parte)


Uma pequena constatação de nossos dias: nossas noites têm sido cada vez menos sombrias. Até o cinema – a grande arte da fantasia – tem percebido isto, como pode ser visto no filme Minority Report (aliás, amplamente inspirado no mito de Édipo) em que duas personagens chegam à conclusão de que a ciência conseguiu roubar todos os nossos milagres.


O mundo é simples. Funciona a partir de princípios ordenados, previsíveis – ou pelo menos é no que passamos a acreditar depois da Revolução Científica iniciada por Galileu. Atualmente a humanidade vive um período em que se tem sabido cada vez mais sobre todos os grandes mistérios. Enfim, parece que estamos deixando um passado de incertezas. É um momento de desencantamento, onde de repente o homem começa a perceber que sua realidade não é habitada por terríveis monstros. Existem benefícios nisto? Claro, o fato de o homem superar barreiras, visitando lugares nunca antes visitados é por si só, um grande benefício.


Mas que ninguém pense que esta concepção, que se baseia em um priorado de certezas, não carrega consigo um grande número de perigos: a ausência de fantasia é somente um deles. O reducionismo de fenômenos conhecidos – mas mesmo assim inexplicáveis – como o amor a um simples processo neuroquímico, mostra uma profunda arrogância, motivada por um acúmulo de conhecimentos que não possuem infalibilidade.


No entanto nem sempre o mundo foi assim, permeado de tantas certezas (ou supostamente permeado de tantas certezas). O homem já sentiu medo do escuro, do desconhecido, da fúria dos elementos e, na tentativa de buscar um pouquinho de tranqüilidade, viveu sob uma perspectiva que o protegesse de toda hostilidade que o cercava. O homem criou para si os mitos, ou melhor, os sentiu na pele; um tipo de realidade tão entranhada, que era impossível dissociá-la do próprio conceito de homem.


Nas próximas semanas este blogue se dedicará a falar do mito, mostrando sua importância e contribuição na nossa realidade.